quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Con mi tambor


Con mi tambor

Péricles Capanema

“Com meu tamborzinho”, tanto faz, canção de Natal, com enorme força evocativa. Um pobre menino tamborileiro, só tem um tamborzinho, vai até Belém com os pastores e canta diante da gruta. E o Menino Jesus sorri para ele.

El camino que lleva a Belén
Baja hasta el valle que la nieve cubrió
Los pastorcillos quieren ver a su rey,
Le traen regalos en su humilde zurrón
Al Redentor, al Redentor.
Ha nacido en un portal de Belén el Niño Dios.
Yo quisiera poner a tus pies,
Algún presente que te agrade, Señor.
Más, tú ya sabes que soy pobre también,
Y no poseo más que un viejo tambor,
Viejo tambor, viejo tambor.
En tu honor frente al portal tocaré,
Con mi tambor.
El camino que lleva a Belén,
Yo voy marcando con mi viejo tambor.
Nada mejor hay que yo pueda ofrecer,
Su ronco acento es un canto de amor,
Al Redentor, al Redentor.
Cuando Dios me vio tocando ante el,
Me sonrió.

Por que lembro agora a canção ouvida no mundo inteiro? Razão simples, ela nos apresenta, no seu frescor simples, de chofre, a verdade inteira. Todos nós só temos um tamborzinho velho para oferecer ao Menino Jesus. O que podemos Lhe oferecer? O que tivermos de melhor. Um tamborzinho, uma baqueta e nossa voz. O pequeno tamborileiro foi até Belém com os pastores e ´na frente da gruta, tocou seu tamborzinho. O Menino Jesus sorriu para ele. Que prêmio maior poderia esperar?

Duas canções, em especial, enchem os ares nas festas de Natal. Uma está acima, o “El tamborileiro”. A outra é o “Stille Nacht, heilige Nacht (Noite feliz). Noite serena, noite de paz, noite santa. Tudo dorme, um par está desperto, o casal sagrado vigia o Menino. E a notícia do Salvador começa lentamente a circular, mas os primeiros a serem avisados da chegada não são os grandes da Terra, mas pastores.

Nos dois povos, espanhóis e alemães, se quisermos, nas duas culturas, domina um olhar comum: para que o Natal seja vivido em espírito cristão é preciso colocar óculos infantis, perceber que nesses dias a única atitude correta é a da mais despretensiosa pobreza de espírito, imergir num ambiente de pequenez humana. E o ar de paz e esperança não provém do esplendor da primavera, no festival da luz, das flores e do clima acolhedor. Tem origem no clima da noite, invernal e fria. Para viver tal ambiente, cada um de nós, precisa querer oferecer ao Menino Deus o que de melhor temos, o nosso tamborzinho, com o qual cantaremos à frente da gruta uma canção. E o Menino Jesus sorrirá para nós.

Logo depois, meses talvez, anos, quem sabe, guiados pela estrela de Belém, chegaram à Palestina os três reis magos, primícias da conversão dos povos pagãos. Entrementes, os filhos de Abraão, Isaac e Jacó passavam indiferentes ao lado do Menino, de José e de Maria. Belchior, Gaspar e Baltazar. Diz a legenda, Belchior veio da Europa, Gaspar da Ásia, Baltazar da África. Ofereceram ouro, incenso e mirra. Assim, o Papa são Gregório Magno explica seu simbolismo: “Ao Senhor que nasce ofereçamos ouro, a fim de confessarmos que Ele reina onde quer que seja; ofereçamos incenso, para crermos que aquele que apareceu no tempo é o Deus que existe antes dos tempos; e ofereçamos mirra, para crermos que também assumiu a nossa carne mortal aquele em cuja divindade impassível acreditamos”.

Santo Natal, graças de Nossa Senhora, 2020 protegido pelo Menino Jesus aos leitores, familiares, amigos, conhecidos. Que cada vez mais protejam o Brasil.


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