quinta-feira, 16 de junho de 2022

Franquezas benfazejas de patriota lúcido

 

Franquezas benfazejas de patriota lúcido

 

Péricles Capanema

 

O verdadeiro afeto nutre a sinceridade. Ou a franqueza, tanto faz. Semanas atrás recebi com especial agrado presente valioso de amigo antigo e próximo, era livro que ele sabia ser de meu gosto; encontrara-o, creio, em andanças pelos sebos. “Aparências e realidades”, o título do volume, edição de 1922 (Monteiro Lobato & Cia Ltda), reúne coletânea de Gilberto Amado (1887–1969), escritos respigados entre 1919 e 1922. Vou destacar aqui apenas trechos de um dos trabalhos “A propaganda maximalista e a sua superfluidade”. Maximalista, na linguagem da época, significava comunista. Propaganda comunista, portanto, no Brasil de 1920. Será, linhas gerais, artigo de transcrições. A matéria de Gilberto Amado ▬ hoje especialmente atual, penso, no aspecto que destaco ▬ contém análise severa sobre características do povo brasileiro. Borbota viva, ouso afirmar, do enorme afeto que tinha pelo torrão natal, esteado na veracidade, honestidade e funda percepção. São franquias, direitos concedidos ao afeto autêntico, no caso dele isento de ufanismos ocos e chavões distantes do real.

 

Atalho necessário. Faço um volteio. Para entender de forma arejada e aproveitar bem as censuras do ilustre sergipano, tido como dos homens mais inteligentes do Brasil, convém pequeno desvio. As palavras dele não brotaram de coração ressentido, borbotaram vivificadas pela benquerença. Vamos lá. Amado morreu em 27 de agosto de 1969, morava, havia pouco, algum tanto isolado e doente, no Rio de Janeiro. Amigos e admiradores fizeram-lhe homenagem prestigiosa. À maneira da época, foi organizado jantar solene, presentes personalidades de destaque, no Country Club, tendo como motivo (e pretexto) o lançamento da 3ª edição de um de seus livros ▬ Eleição e Representação. Para a noite de gala foi escolhido como orador o deputado Gustavo Capanema (1900-1985), cujo discurso de reconhecimento e homenagem, 20 de agosto, nota melancólica, antecedeu de uma semana a morte de Gilberto Amado. Na oração, é o que agora mais nos interessa, Capanema lembrou numerosas afirmações do pensador nordestino sobre o Brasil, entre elas as palavras finais do livro relançado inicialmente em 1932, a seguir transcritas: “Nós somos responsáveis pelo mais belo pedaço do planeta. Temos de polir e facetar o maior e mais admirável diamante do mundo. Aumentar-lhe o valor, afinar-lhe as arestas para que ele dê, aos olhos do mundo, toda a sua luz. Não o estraguemos com os instrumentos de uma ourivesaria bronca e primitiva, tenhamos a mão sábia no tocar essa peça prodigiosa. Quem perde a esperança no Brasil não é digno de viver”. Capanema assim terminou seu discurso: “Sempre fui fascinado pela vossa genialidade. Mas o que mais admiro em vós, ó grande Gilberto Amado, é o vosso patriotismo”.

 

Sinceridade cauterizante. Patriotismo real dá direito a franquezas. Fazem bem franquezas expressas com tato nas horas certas, cauterizam feridas infectadas de há muito. É o caso. Gilberto Amado viu muita superficialidade de espírito e imitação servil, sintomas alarmantes, cuja persistência prejudicaria gravemente o futuro pátrio, em episódios de nossa história, em geral objeto de vanglória, como, por exemplo, na independência, abolição da escravidão, proclamação da República e a separação da Igreja do Estado: “Concluímos daí uma superioridade de que nos vangloriamos. Nessa vanglória é que está a superficialidade. Dela nos deveríamos entristecer”. Seria uma tristeza restauradora.

 

Povo reflexo. Para ele, o impulso maior de todos esses movimentos foi mera imitação de modas estrangeiras. Modas intelectuais, modas políticas: “Nenhum sinal é mais forte de que não temos sido senão meros reflexos de outros povos”. Avança: “No terreno das ideias e dos sentimentos, o Brasil é um país reflexo, espelho da vida e das formas que o esforço humano vai criando e aperfeiçoando em outros ambientes”.

 

Proclamação da República na indiferença e cegueira generalizadas. O texto é longo, aqui deixo apenas um exemplo de suas elucidativas constatações: “A República, sim, é que é o fato característico da indiferença política da população. Ao pensar no modo pelo qual tudo se fez, que o povo brasileiro (escrevo povo brasileiro, fazendo certa violência à clareza da expressão, pois população não é povo), estava cego, e que se fez, diante dele, a mutação de cenário, sem que seus olhos se apercebessem do que se passava. Esse fato é um fenômeno colossal. O caso desse rei, nativo do Brasil, que reinou durante quase meio século, que é expulso de seu país, sem que em seu favor se levante um grito, uma palavra, um movimento de reação ou solidariedade, representa por si só uma das coisas mais espantosas de que há memória desde que o mundo é mundo. No dia 15 de novembro, às 5 horas da tarde, depois de proclamada a República, dir-se-ia ninguém se lembrava mais que tinha havido até poucos minutos, no Brasil, uma dinastia, uma monarquia, uma corte. Na retina opaca dos cegos não passou nenhuma irisação de luz, denunciando que alguma coisa de novo e de anormal acontecia. O imperador não tinha um amigo. Apeado do poder, o príncipe augusto, cujas mãos limpas e fracas acariciaram durante cinquenta anos o dorso mole do povo distraído, subitamente deixou de existir. A República se instalou serenamente. Mandou buscar seus novos costumes nos Estados Unidos”.

 

Separação da Igreja do Estado revela despreocupação religiosa. Observa Gilberto Amado: “A prontidão e a calma com que se fez a separação da Igreja do Estado, por um simples decreto, é outro dos motivos de orgulho para muitos dos comentaristas otimistas ou apressados a que aludimos de começo. Mas a verdade é que nisto se prova apenas que o Brasil é um país sem religião”. O comentário realça a ausência do fervor, mas deixa de lado ponto importante no acontecimento: a Hierarquia eclesiástica de alguma maneira se sentiu aliviada com a separação, pois o Padroado, vigente no Império, incomodava.

 

Maximalismo. Maximalismo, lembrei, na época equivalia a comunismo. Havia pequena propaganda do comunismo entre 1919 e 1922. Gilberto Amado afirma que o comunismo venceria fácil no Brasil, não pela ação dos propagandistas, mas por outro fator: “Se o maximalismo vencer na França, na Inglaterra ou nos Estados Unidos, nós o adotaremos aqui de um dia para outro, haja ou não haja preparo na propaganda”. Vai adiante: “Esperam pelo que se fizer na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos. O que qualquer dessas nações realizadoras da nossa história fizer, nós faremos. Fazer, originariamente, porém, nos é impossível”. De outro modo, servilismo. Nenhuma originalidade, autonomia tísica; enfim, irrigação mirrada das raízes.

 

Continua o mimetismo. Hoje é diferente? No geral, para desgraça nossa, tudo permanece do mesmo jeito, subserviência generalizada, animando retrocessos. Dou só um exemplo, poderia lotar o texto com vários. A reforma agrária, entre nós, foi feita por imitação a modas estrangeiras; o disparate contínuo e empobrecedor vem desde a década de 50. Modas estrangeiras, aliás, que deram errado onde foram aplicadas. O grande responsável institucional pela gastança desenfreada de dinheiro público com prejuízo gritante da produção, da produtividade, do emprego e da renda é o Estatuto da Terra de 1964 (governo Castelo Branco), entulho autoritário, fonte perene de atraso, que até hoje nutre e estaqueia radicalismos que vieram depois, obstáculos, repito, a aumentos de produtividade, emprego e renda. Se somarmos o dinheiro público jogado no ralo com o mensalão e o petrolão, estou certo, é só fazer as contas, a soma representará porcentagem pequena em relação à riqueza surrupiada do povo e do Estado pela aplicação durante décadas da reforma agrária de inspiração socialista, com viés confiscatório. Em manifesto de dezembro de 1964, largamente difundido no Brasil, o prof. Plinio Corrêa de Oliveira e a então diretoria da TFP qualificaram o texto da nova lei de “incorreto em sua terminologia, confuso e passível eventualmente das mais perigosas interpretações; constitui para o Brasil uma verdadeira encruzilhada, a mais grave de sua história”. Estavam certos. Perderam os necessitados, perderam os proprietários, perdeu o Brasil. Informa o INCRA, dados recentes, talvez já haja mais terra desapropriada, já foram desapropriados no Brasil 87.535.596 hectares, mais que a área somada de Minas e Rio Grande do Sul. O agronegócio, que impede a quebradeira do Brasil, ocupa espaço menor. Roubalheira, contratos de gaveta, produtividade mínima, criminalidade, é o histórico macabro dos assentamentos. Visite um deles, qualquer um, pergunte aos vizinhos, fuja dos folhetos oficiais, e verificará a realidade. A respeito do desastre da reforma agrária, comentou Xico Graziano, dos maiores especialistas na área: “O Brasil cresceu, urbanizou-se, virou potência mundial agrícola, sem necessidade de reforma agrária. A terra está produtiva, gerando milhões de empregos. Gente boa, miserável, mistura-se aos oportunistas e malandros para ganhar um lote nos assentamentos. Iludidas com promessa de futuro fácil, massas são manipuladas e treinadas para invadir fazendas e erguer lonas pretas. A classe média se apieda, enquanto a burguesia, assustada, apoia veladamente. Imaginar que um pobre alienado, sem aptidão nem cultura adequada, possa se tornar um agricultor de sucesso no mundo da tecnologia e dos mercados competitivos, significa raciocinar com o absurdo. Abstraindo os picaretas da reforma agrária, que engrossam as invasões, os demais, bem-intencionados, dificilmente sobreviverão”.

 

O servilismo amordaça as bocas e entorpece as mentes. Não nos iludamos. O servilismo amordaça as bocas e entorpece as mentes. Ninguém, ou quase ninguém, ousa falar a respeito do desastre da reforma agrária. Fato óbvio, contudo. Constatação macambúzia, considerando como fator de previsão o histórico decepcionante, não iremos abandonar por agora o tóxico entorpecedor, temos xodó por esse tumor de estimação. E até é generalizada a birra com quem dele fala mal. Em resumo, no fato acima lembrado e em vários outros aspectos da realidade brasileira, para infelicidade geral, em particular dos menos assistidos, perdura a situação de povo reflexo, escravo de modas do Exterior. Gilberto Amado lá pelo início do século passado, franco e lúcido, apontou defeitos que impedem prosperidade real. Merece por isso nossa gratidão e releitura, textos atuais.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Se eu aparecer, atrapalho

 

Se eu aparecer, atrapalho

 

Péricles Capanema

 

Disfarces arteiros. José Dirceu, mestre na camuflagem, desde cedo considerado bom político, está de volta; veio para ficar, influir de novo. De momento, atua nas sombras. Até quando permanecerá furtivo, esquivo na bruma Daniel, Pedro Caroço, Carlos Henrique Gouveia de Melo? Ninguém sabe. Primeira incursão da retomada, é dos articuladores da campanha lulista. Na esteira do estilo submerso, seu nome e foto não saem nos encontros de preparação da candidatura petista. Foi sincero com Fábio Zanini da Folha: “Se eu aparecer, atrapalho”. Surpreendeu, soou para alguns na esquerda mais que sinceridade, teve ares de sincericídio.

 

Se aparecer, atrapalha, vale para quase todo mundo na arremetida petista. Só Dirceu falou, mas o problema é generalizado. Atinge pessoas, intenções, promessas. O que vem sendo encoberto? Parte do que será executado (e já está combinado) nos quatro (talvez oito) anos, caso Lula vença em outubro. E chefões petistas que irão mandar nos próximos anos. Não é difícil conjeturar o futuro, basta olhar para trás e para os personagens em cena. E conjeturas objetivas não permitem ilusões. Medidas de esquerda radicalizada já estão combinadas na política externa (alinhamentos com China, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Rússia, distanciamento dos Estados Unidos) e, na interna, por exemplo, INCRA, sempre entregue às alas de programa mais revolucionário do PT. Desta vez, não será diferente, o MST voltará triunfante, agitando. intranquilizando e torrando dinheiro público sem escrúpulos. Outras providências virão na mesa trilha, como escolha de extremistas para comandos na área educacional, indicação de ministros dos tribunais superiores. O conjunto configuraria quadro tétrico.

 

Economia e camuflagem. Analistas políticos observam, nesta eleição a economia assoma como tema principal: inflação, desemprego, preço do diesel, da gasolina, do gás de cozinha, dos alimentos de primeira necessidade, como feijão, arroz, carne, açúcar, tomate, cenoura, mamão. Parecem objetivos. “It’s the economy, stupid”, recordando James Carville. Contudo, permito-me notar, reflexão fundamental ficou de fora. A eleição pende igualmente do êxito do despiste.

 

Muita luz atrapalha. Postos à luz do dia, revelados programas, desígnios, medidas já combinadas, a rejeição pulará de patamar, cairá intenção de votos. Tudo está sendo para não aumentar o já inchado índice de rejeição. “Veritas vos liberabit” (Jo 8, 32) tem no caso aplicação oportuna. Alteia-se aqui, sob vários aspectos, ponto ápice do embate eleitoral. Camuflar versus revelar. Tirar o véu, desvelar, é a mais decisiva providência; não custa recordar, a mais ligada ao índice de rejeição.

 

Retrocesso totalitário. Se a camuflagem vencer, além do que está acima, as estatais, de novo inchadas e aparelhadas, serão outra vez saqueadas e entregues a sobas de partidos ávidos de poder e dinheiro. Festejarão os apparatchiki, festejarão dezenas de milhares de chefetes incompetentes e despóticos de alto a baixo da máquina pública, de norte a sul. Imperícia, roubalheira, obscurantismo. Sofrerá o Brasil deteriorado, sofrerão investimento, emprego e renda, sofrerão os pobres. De forma particular, estarão esfrangalhados interesses fundamentais da aliança ocidental. Minguarão as luzes das liberdades naturais, direitos populares serão aniquilados, nos distanciaremos de avanços civilizatórios, afundaremos em retrocessos totalitários. É o rumo, basta ver os modelos que atraem os olhares fascinados dos mais relevantes tubixabas petistas: Cuba, Venezuela, China, Rússia.

 

Todos prejudicam? Em termos, alguns ajudam. Se aparecerem, ajudam. Lula perdeu, quando não teve camuflagem forte (1989, 1994, 1998). Ganhou, quando as utilizou (as principais foram José Alencar em 2002 e 2006; Michel Temer em 2010 e 2014, com Dilma, a mais da “Carta ao povo brasileiro”). Sobre tal manobra, comentou o ex-senador Pedro Simon: “"O seu nome [de José Alencar] colocado como vice deu um significado especial. As interrogações, as dúvidas com relação a Lula, desapareceram”. Hoje, cabe em especial a Geraldo Alckmin o papel de José Alencar, dissipando interrogações e dúvidas. Em curto, impedir que o vendaval das desconfianças derrube o arcabouço petista, de fato aterrador, montado para jugular o Brasil. Conseguirá? É cedo para dizer, depende de muitos fatores.

 

O receio da rejeição. De outro modo, rejeição alta impossibilita vitória. Aconteceu recentemente sintoma revelador, sobre ele direi rápidas palavras. Podem apostar, situações parecidas pipocarão daqui a pouco Brasil afora, por meios vários. Alexandre Kalil é pré-candidato a governador de Minas Gerais, chances boas (até agora) de levar. Político de raiz popular, o antigo burgomestre de Belo Horizonte fez sua carreira com base em eficiência, preocupação com medidas sociais, estadeando autoridade, senso prático, franqueza e desembaraço. Pouca ou nenhuma carga ideológica, ou seja, já que não despertava temores, em princípio teria potencial vasto para ampliar eleitorado. Não despertava temores, ponto essencial para crescer eleitoralmente.

 

Água na fervura. De repente, despertou receios. E ele receou a aversão. Agiu rápido. Logo depois do acordo PSD-PT que entregou a vice da chapa de Kalil para o PT e afiançou o apoio irrestrito a Lula na disputa nacional, o ex-alcaide terá visto cumulonimbus no horizonte político. Rápido, abriu guarda-chuvão em apressada entrevista ao jornal “O Globo”, amplamente divulgada, para ele oportuno e necessário fogo de barragem. Com efeito, com o acordo PSD-PT, Alexandre Kalil pela força dos fatos se tornou favorecedor da volta do petismo ao poder nacional. Avaliza e propaga Lula no segundo colégio eleitoral do Brasil Hoje, companheiro de viagem camufla, oculta sua condição deprimente. Sabe bem se ela ficar clara, atrapalha. Contudo, a lógica comezinha comanda a conclusão, virou um dos grandes promotores do retrocesso petista. A mencionada entrevista a “O Globo” é toda orientada pelo saliente desejo de impedir o aumento da rejeição ▬ rejeição alta é derrota certa, ele sabe bem.  Se conseguirá dissolver a desconfiança, são outros quinhentos.

 

Favorecedor da ideologia e programa petistas. A primeira constatação, a recente posição de Kalil favorece ideologia e programa petistas, pois sua aliança facilita a tomada de poder por partido alentado por seita totalitária e coletivista, geradora de exclusão, atraso e pobreza em todos os lugares onde pôde aplicar suas teorias. Compreensivelmente, é o que o experiente político em primeiro lugar procura negar. Esbofeteando a evidência, tenta tirar o estigma da testa. Não quer se associar a disputas ideológicas, precata inutilmente ▬ já está associado, brota necessariamente do cambalacho pactuado. A coisa é lisa, promete Kalil com argumentação tremelicante: “Na vida a gente tem que ter coerência. Eu tenho uma forma de pensar, o Ciro tem a mesma e o Lula também tem. É o lado que pensa e que cuida de gente”. Alexandre Kalil cavalga na argumentação. Em relambório espantoso, procura desesperadamente empilhar razões (desenxabidas e chochas), tentando descolar de si o ferrete, agora inevitável de linha auxiliar do PT: “Eles estão um pouco assustados que o cara que veio da iniciativa privada. Tentam tachar de foice, martelo, comunismo. Esse não é meu papo. Meu papo é cuidar de gente”.

 

Pobre é prejudicado com menos investimento, emprego e renda. O governo petista afugentará investidores; daí, em cascata, menos progresso, menos emprego, menos renda, menos impostos. Prossegue Kalil igualmente nevoento e xacoco, foi o máximo que encontrou para tentar limpar da face os respingos do contubérnio conspurcador: “Eu tive oportunidade, não sou pobre, não ando de ônibus. Tenho caneta, relógio de ouro, tudo isso. Mas no governo eu cuidei de pobre. Quem cuida de pobre é poderoso e rico. Porque não adianta, o pobre nunca vai poder cuidar do pobre, porque não aguenta nem cuidar de si”. Como qualquer um sabe, um gestor, quando no governo, rico ou pobre, pode agir a favor ou contra os interesses dos pobres, não aplica dinheiro seu. À vera, parece desespero de quem foi pego com a boca na botija; procura livrar-se do malfeito de qualquer jeito.

 

Clareza, a solução. A propaganda eleitoral petista, e de seus aliados de ocasião, via de regra companheiros de viagem, só terá êxito quando ambígua e esquiva. Com camuflagem. Se aparecer clara, atrapalha, avisou José Dirceu. A luz do sol é o melhor antisséptico, alhures e aqui. O Brasil reclama e merece clareza.