Hipocrisia da Comissão Justiça e Paz
Péricles Capanema
Em 3 de dezembro último a CNBB divulgou nota
que envergonha os católicos brasileiros. Mais precisamente, a Comissão
Brasileira Justiça e Paz, órgão dela. A manifestação degradante vai influir nos
fatos? Tenho lá minhas dúvidas; de há muito a CNBB fala para grupelhos, se
audodemole dentro do público católico por sua obsessão em favorecer a esquerda.
A opinião largamente majoritária dos fiéis não tem na mais mínima conta tomadas
de posição das Justiça e Paz, CIMI, Pastoral da Terra, agentes da desordem e do
divisionismo, fortemente partidarizados, na prática linhas auxiliares do
petismo extremado. À vera, a nota em questão ecoa as opiniões dos grupinhos da
esquerda radical que desde a década de 50 aparelharam de forma crescente a CNBB
e que continuaram dando as cartas nos longos anos dos pontificados de João
Paulo II e Bento XVI.
O título “Para onde caminha o Brasil?” tem
resposta fácil: para o buraco, se deixarmos a CNBB influir em nossos destinos.
O texto começa censurando Eduardo Cunha por acolher
o pedido dos advogados Miguel Reale, Janaina Paschoal e Hélio Bicudo. Especifica:
“A ação carece de subsídios que regulem a matéria” O charabiá quis dizer: a
ação não tem base legal. Continua em dilmês castiço: “Conduzindo a sociedade ao
entendimento de que há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no
exercício de política voltada para interesses contrários ao bem comum”. Traduzindo
de novo, quis dizer: levando a sociedade a crer que a ação foi motivada por
interesses contrários ao bem comum”. Com lastro em que afirma isso? Base em
nada.
De pé o conselheiro Acácio aplaudiria esta
passagem extraordinária: “O País vive momentos difíceis na economia, na
política e na ética, cabendo a cada um dos poderes da República o cumprimento
dos preceitos republicanos”.
Vai adiante, outra vez empregando construção
estranha: “A ordem constitucional brasileira construiu [o normal seria apresenta,
mostra] solidez suficiente”. A ordem constitucional construiu solidez: leitor,
com toda simplicidade, alguma vez em sua vida você leu ou ouviu uma bobagem
dessas? A nota dispara, sempre trotando no padrão tabajara: “O comando do
Legislativo apropria-se da prerrogativa legal de modo inadequado”. Apropriar-se
da prerrogativa constitucional, santo Deus! Quis dizer: Eduardo Cunha usa mal sua
prerrogativa constitucional. Outra: “Auguramos que (...) o bem do país
ultrapassem interesses espúrios”. O que significa o bem do País ultrapassar
interesses espúrios? Nada, só mais uma mostra do padrão CNBB de qualidade. Vem
mais, volta às carreiras o conselheiro Acácio: “Reiteramos o desejo de que este
delicado momento não prejudique o futuro do Brasil”. Reiterar significa
repetir. Não está repetindo nada. É a primeira vez que afirma essa obviedade.
O texto desagregador e partidário da CNBB
conclui com chamado à união nacional, sem partidarismos. Para não perder o
costume, mais uma vez esbofeteia o português com o “O espírito do Natal
conclama entendimento e paz”, escorraçando a regência normal, conclamar alguém
para.
Lógica? Zero. Português? Zero. Colaboração
para o bem comum? Zero. Partidarismo: Dez. Divisionismo: Dez. Fanatismo: Dez. Hipocrisia:
Dez.
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